domingo, 3 de novembro de 2013

Uma vez foi pouco!


Olá pessoal, tudo ótimo! Quem escreve é Kátia Repulho, graduada em Turismo pela Universidade Anhembi Morumbi, com formação técnica e guia de turismo pelo SENAC SP, e aluna de Mandarim no Instituto Confúcio em São Paulo, onde estudo há cerca de 05 anos (sendo 02 destes na China), buscando no Mandarim ter um diferencial profissional e competitivo no mercado, aliado às crescentes oportunidades de trabalho, vindas das crescentes relações comerciais entre Brasil e China. E através do Instituto, tive oportunidade de visitar a China em dois momentos distintos: participando do Curso de Verão na Universidade de Hubei (Julho/2011), e depois sendo contemplada com bolsa de estudos para estudar Mandarim, também na Universidade de Hubei (Setembro/2011 a Julho/2013).

Devo dizer que quando fui para viajar, e depois quando voltei para morar, minha visão de realidade do local mudou bastante, pois quando você só viaja por um curto tempo, até as experiências mais esquisitas tornam-se boas lembranças e histórias para contar, tudo é novidade, é lindo, é mágico! Mas quando você mora num local por um tempo mais longo, sua visão e percepção dos contrastes é algo que você passa a conviver diariamente, passa a te afetar profundamente, e é preciso muita vontade e determinação de estar aberto e se adaptar às situações se não quiser sofrer!

Na China, tudo nos chama a atenção: o verão extremamente quente e o inverno extremamente frio, os cheiros característicos dos ambientes, ver tudo escrito em ideogramas, os olhares fixos e curiosos dos chineses para nós estrangeiros, chineses que nunca haviam nos visto queriam tirar fotos e mais fotos conosco, muitas vezes não conseguíamos saber o que comíamos, arriscar e experimentar pratos e sabores novos e exóticos (até demais) para nós, dificuldades de comunicação, aprender a barganhar nas compras, descobrir o que eram certas coisas à venda nas ruas e nos mercados, a hostilidade da maioria das pessoas aos animais de rua, as diferenças em nosso modo de se vestir, de se comportar, e de higiene, enfim, tudo MESMO nos impressionava e não escapava aos nossos olhares e comentários.

Também devo dizer que ao longo deste tempo fiz muitos e bons amigos chineses, que para nos atender em qualquer necessidade se doavam ao máximo para nos deixar bem e satisfeitos, tinham o maior prazer e alegria em conviver conosco, em querem saber mais sobre a gente, nossa vida, nossas opiniões e idéias. Mas para conhecê-los a fundo, primeiro era preciso sentirem confiança na gente! Percebi que na sociedade chinesa, o respeito ao mais velho e aos superiores é muito forte: o acato do filho aos pais, do aluno ao professor, do mais novo ao ancião, do funcionário ao chefe, do cidadão comum às autoridades. E também percebi que eles não têm a liberdade de expressão que nós brasileiros temos, eles não se sentem livres para fazer certas escolhas próprias, para seguir o que realmente querem fazer, não se sentem livres para contrariar ordens, para manifestar insatisfações.


Enquanto eu estava na China, tive oportunidades de viajar a muitos lugares daquele país, (acho até que conheço mais a China do que o Brasil!), e também percebi que dentro do país China, existem muitas “Chinas”: como aqui no Brasil, cada lugar tem sua beleza natural, sua importância histórica, política, econômica e turística, têm povos com princípios, hábitos e pensamentos muitos diferentes entre si. Percebi que nas cidades onde existe maior influência ocidental, os chineses são mais parecidos conosco, e em todos os lugares, nós estrangeiros somos muito bem-vindos!

Por Kátia Pepulho 

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