Sou estudante de Relações Internacionais e decidi
viajar para China assim que vi uma oportunidade dentro de minha faculdade no
ano de 2011. Na verdade, meu interesse pela China começou quando resolvi prestar
vestibular para o curso de RI e a partir desta ideia, tive vontade de conhecer
outra língua que não fosse o inglês, nem o espanhol, e como na época, a China estava
em ascensão por ser o país oficial das Olimpíadas de 2008, não restou dúvida em
escolhê-la.
Comecei a ter um interesse muito grande em
aprender a língua, a cultura, as músicas, a comida, o kung fu e tudo o que este
país mostrava me fazia mais e mais atraída pela ideia de viajar à China. Assim
que consegui a chance de realizar este sonho, não acreditava que realmente
estaria pisando do outro lado do mundo em poucos dias e apesar da distancia e
das diferenças, as imagens e vídeos que buscava na internet só aumentavam a minha
ansiedade para chegar logo o dia da viagem.
Fui à China com a proposta de realizar um curso
de verão em que aprenderia sobre a cultura, a língua, a convivência, os
negócios,etc e me considero uma pessoa afortunada de poder ter feito esta
viagem com amigos da faculdade, o que já me deixava mais aliviada por não
encarar toda esta aventura sozinha.O que me deixou realmente intrigada foi ver
que apesar de estudar mandarim por anos, eu ainda não tinha a prática e muitas
vezes não conseguia entender o que me perguntavam e isso me fez repensar o
quanto seria difícil continuar com esse aprendizado, mas que no final valeria
muito a pena.
Acho que muitos aspectos culturais me chamaram
a atenção. O fato dos chineses praticarem, quase sempre, em qualquer parque ou
espaço livre a arte do Tai Chi Chuan, das crianças possuírem um vestuário
“diferente” para ser mais prático ir ao banheiro, dos próprios banheiros, da
comida apimentada, da grande quantidade de táxis, motos e carros que
caoticamente se entendem no trânsito de qualquer cidade (seja ela do interior
ou capital), da admiração pelos traços exóticos de cada brasileiro, da grande
quantidade de redes de fast-food pelas cidades, da moda que, quando lançada,
era repetidamente vista em muitos dos habitantes, da infra-estrutura
espetacular aos estrangeiros na cidade de Xi’na, da vista mais sensacional que
se pode ter ao longo do rio Yangtze e muitas outras que são facilmente notáveis
naquele país de mais de 1,3 bilhão de habitantes.
Das minhas observações o que eu mais estranhei
foi como os lugares ainda não possuem um sistema de limpeza muito efetivo
(muitas vezes dava pra saber que o local não era limpo adequadamente), como as
mulheres ainda se sentem submissas a muitas tradições da sociedade, a
inexistência de gelo para bebidas, pois, grande parte dos chineses bebem “à
temperatura ambiente” e estávamos com a temperatura de mais de 40graus, a
necessidade que muitos comerciantes tem em negociar e barganhar e a falta de
pessoas que falassem o idioma inglês, em lugares e situações que dificultavam e
muito a comunicação.
Essa foi uma das experiências que repetiria, se
possível, e ficaria mais do que um mês para conhecer e descobrir outros lados
deste país, rico em cultura e fantástico em outros aspectos.
Por Nina França, estudante de Relações Internacionais da UNESP/Marília
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