Nos últimos anos estamos sendo testemunhas de uma mudança radical de hábitos na China. Alimentação, bens de consumo e griffes de luxo estão entre os primeiros sinais de status dessa população que enriquece a galope.
Até alguns anos atrás a questão de viagens aqui na China era bem complicada. Além de terem que ter o visto de entrada no país de destino, precisavam do visto de saída da China. Mas como tudo nas terras de Mao, esse impasse burocrático também está bem mais flexível e acessível a todos os chineses endinheirados.
Ontem, fui renovar meu visto dos EUA. Como não poderia ser diferente, enfrentei uma fila de 2 horas para entregar os documentos. Mas o que me espantou mesmo, foi que ali eu era a única laowai (fora o pessoal que trabalha no consulado, claro). E isso resume bem a ânsia do chinês por conhecer, viajar e viver no mundo ocidental.
Apesar de ainda Hong Kong e Macau, além de alguns países da Ásia, serem o destino mais popular entre os chineses, o turismo para o ocidente está cada vez mais forte. Os países mais queridos são Reino Unido e França.
A projeção de turistas chineses em 2014 era de 100 milhões de viajantes. Em 2000 o número foi de aproximadamente 10 milhões e em 2009 menos de 50 milhões. Em 5 anos o número dobrou. A projeção para 2020 é de 200 milhões de chineses ‘travelando’ mundo afora!
E não é só isso: eles estão começando a optar por sair do país no grande feriado do Ano Novo Chinês. Ao invés de irem para suas cidades natal, juntam a família toda e viajam em grupos enormes.
As empresas de turismo e os países que recebem esse mundo de turistas famintos por consumo, estão procurando se adaptar. Uma rede hoteleira Global fez uma pesquisa com seus hóspedes chineses e as necessidades mais urgentes para eles são:
- free wi-fi – o chinês (e acho que quase todo mundo hoje em dia), não vivem sem seus celulares e suas conexões de internet. Um dos pontos altos das viagens é publicar as fotos em tempo real no ‘wechat’, algo semelhante ao facebook . E como aqui na China, em qualquer esquina tem um ponto de free wi-fi, eles querem o mesmo conforto. Justo!
- Jarras térmicas elétricas nos quartos, para o chá, o noodle ou simplesmente beber.
- Canal de tv chinesa no quarto.
- Staff que fale mandarim.
- E material turístico e informativo, incluindo websites, em mandarim.
Claro que a maioria está tentando se adaptar, pois o montante gasto por esses turistas chegam aos USD 102 bilhões!!! Quem é louco de perder um cliente desse porte?
Mas nem tudo são flores para os endinheirados turistas chineses. Por conta da cultura, dos hábitos, nada comuns no ocidente, por viajarem em grupos enormes, super barulhentos e bagunceiros, eles também tem sido o horror das companhias aéreas e das hoteleiras.
Recentemente a prefeitura de Paris pediu ajuda ao governo chinês para lidar com o turista chinês na cidade. Uma amiga viajou no ano passado, e a companhia aérea separou metade do avião somente para os chineses, alegando que era mais producente por conta da língua e da comida. (?)
O governo chinês preparou até um manual para o viajante se comportar em determinados locais do mundo!
Só que, por mais que incomodem, eles estão aí… desbravando o mundo, conhecendo cada canto e, principalmente movimentando o mercado de turismo de muitos países em crise econômica.
Agora, o próprio governo está tentando incrementar o turismo dentro da China, que já é movimentado, mas com muita pouca estrutura (até para os chineses). Saindo das grandes cidades como Shanghai e Beijing, fazer turismo na China é uma aventura!
Vamos ver onde vai dar essa vontade do povo chinês de conhecer o mundo!
O jornalista Gary Bowerman, especializado em China e Ásia, lançou um livro recentemente aqui em Shanghai: “The New Chinese Traveler – Business opportunities from the chinese travel revolution” – literalmente é ‘O novo viajante chinês – oportunidades de negócios à partir da revolução nas viagens chinesas’. Acho que não tem em português ainda…
Fica a dica para quem está firme e forte no propósito de aprender mandarim… Vai ter um mercado imenso para quem dominar a língua em pouquíssimo tempo, e não se restringirá apenas ao setor comercial como é hoje! Acreditem!
Zài Jiàn!
Por Christiane Marote
Fonte: China Minha Vida
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