Às margens do Rio Huangpu debruça-se a mais populosa e dinâmica cidade da China, Shanghai. Atualmente possui mais de 20 milhões de habitantes, mas ela surgiu modesta, como uma vila de pescadores há cerca de mil anos. Por causa do rio se tornou um importante porto durante a Dinastia Ching, no século XVIII. Em 1920 já era o principal ponto de comércio entre a Ásia e o mundo. Mas, a chegada do comunismo, em 1949, estancou essa fase áurea por mais de quarenta anos até que, novamente, o dragão alçou vôo e reconquistou seu espaço na economia mundial.
O rio sempre acompanhou silenciosamente os altos e baixos de Shanghai desde os primórdios, durante a Dinastia Sung, até a superlativa fase atual. Ele marca uma fronteira bem nítida entre a margem esquerda – “The Bund” – onde se erguem os prédios históricos da época em que a cidade era o terceiro maior centro financeiro do mundo e a margem direita – “Pudong” – área rural, cheia de plantações de bananeiras que foi convertida pelo governo no novo centro financeiro. E, surpreendentemente, isso ocorreu em menos de dez anos. Assim, passado e futuro se olham de frente, tendo as águas do rio Huangpu como testemunhas do tempo.
A arquitetura européia típica do século passado mostra os sinais de que o ocidente já andou marcando terreno em Shanghai. Antigamente, a avenida “The Bund” ou Zhongshan Dong Lu ficava no coração do que era a cidade colonial, com importantes prédios que abrigavam escritórios, restaurantes, bancos e hotéis. A maior parte desses prédios continua de pé e a arquitetura é tão européia que até parece se tratar do ocidente se não olharmos para Pudong, na face oposta do rio. Uma caminhada pela calçada à beira do rio, pela Bund, é ótima para se ver os barcos passando e observar a cidade respirando. Crianças brincam, adultos fazem tai chi chuan, letreiros brilham, ideogramas anunciam o que nem conseguimos imaginar e carros buzinam desesperadamente em meio à bicicletas e ônibus.
A principal rua de comércio de Shanghai, Nanjing Lu, parte perpendicularmente do Bund e ruma para oeste, dividida em duas partes: Nanjing Dong Lu e Nanjing Xi Lu. Numa extensão de dez quilômetros, muitos anúncios coloridos em chinês concorrem lado-a-lado. Uma parte da rua é exclusiva para pedestres. Chineses abordam os turistas, insistentemente, dizendo: “Louis Vuitton, Chanel, Prada. Balato, balato! Only for you” e tentam direcionar quem passa, para suas lojinhas.
É comum, segurarem a pessoa pelo braço, começarem a dar tapinhas, dizer que você é bonito e rir sem parar tentando chamar a atenção. Isso quando não aparecem outros conterrâneos de olhos puxados, munidos de máquina fotográfica tentando conseguir uma foto com os ocidentais que consideram quase “ETs”, especialmente loiros e ruivos. Chega a ser sufocante. Às vezes dá vontade de sair correndo.
Não satisfeitos em conseguirem levar o freguês até seu ponto de vendas, começam uma longa negociação. Sim, porque se não houver pechincha, os chineses não ficam satisfeitos. É um teatro. Eles dão o preço na calculadora, você propõe outro, também na calculadora. Eles fazem cara de que estão aborrecidos. Você, então, vai embora. Eles saem correndo e trazem o comprador de volta, dizem que não terão lucro com aquele valor e por aí vai até que o produto seja comprado por menos da metade do valor inicial. No começo é muito engraçado, mas depois cansa. É absolutamente surreal!
Vale lembrar que nessas lojas tem de tudo, desde produtos de péssima qualidade até peças originais que foram parar lá, sabe-se como... É preciso muito cuidado para não levar gato por lebre. Mas, também há lojas grandes de departamento onde isso não acontece, como o Plaza 66. O preço está na etiqueta e não tem negociação, pois os artigos são originais.
A rua Nanjing vai dar no Parque Renmim, onde ficam o Shanghai Museum, o Grand Theatre e o Shanghai Urban Planning Exhibition Hall.
Do outro lado do rio, na sua margem leste, situa-se o mais novo bairro da cidade – Pudong – com uma área imensa de negócios distribuídos por alguns dos prédios mais altos do mundo. A transformação sofrida por essa área foi enorme em pouquíssimo tempo. A Torre de TV Pérola Oriental possibilita uma vista maravilhosa do alto de seus 457 metros.
Para se conseguir uma boa vista do bairro de Pudong, uma dica é ir ao Restaurante “M on The Bund”, do outro lado do rio, sentar na varanda e pedir um prato da tradicional cozinha européia. O restaurante é bom, considerado um dos melhores da cidade. Mas, ainda assim, se o prato escolhido não for lá essas coisas, pelo menos o visual é imbatível.
Para ir diretamente do futuro ao passado, nada melhor do que sair de Pudong diretamente ao Yu Garden, na Cidade Velha. Construções tipicamente chinesas, que incluem pagodes, templos, pontes, ruelas e jardins do século XVI deixam qualquer um embevecido. O jardim foi construído pelo oficial Pan Yunduan para seu pai e já foi todo restaurado. É absolutamente imperdível. Um almoço por ali precisa incluir os tradicionais bolinhos “Dim Sum”, típicos de Shanghai. Com recheios diversos: de carne, porco, frango, camarão e legumes são feitos na hora. Uma delícia!
Para ir diretamente do futuro ao passado, nada melhor do que sair de Pudong diretamente ao Yu Garden, na Cidade Velha. Construções tipicamente chinesas, que incluem pagodes, templos, pontes, ruelas e jardins do século XVI deixam qualquer um embevecido. O jardim foi construído pelo oficial Pan Yunduan para seu pai e já foi todo restaurado. É absolutamente imperdível. Um almoço por ali precisa incluir os tradicionais bolinhos “Dim Sum”, típicos de Shanghai. Com recheios diversos: de carne, porco, frango, camarão e legumes são feitos na hora. Uma delícia!
Mais tarde, não pode faltar uma pausa para o chá na Casa de Chá Huxingting. Os chineses consomem muito chá. Há experts no assunto que analisam as safras e as melhores regiões produtoras. Os chás de jasmim em flor fazem parte de uma cerimônia inesquecível. Enchem os olhos com sua beleza e deixam saudade do seu paladar.
A entrada no oriente desvenda um mundo de cultura milenar para os ocidentais. Confúcio já tinha pregado seus princípios há muito tempo quando Sócrates ainda era uma criança. Há muito que ver e aprender na China. É uma experiência especial. Vale cada minuto!
Fonte: Viajar pelo Mundo
Fonte: Viajar pelo Mundo
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