Meu interesse pela China começou durante minha graduação em Ciências
Sociais na Unesp campus de Marília, por meio do contato com estudos sobre o
Oriente. Com uma pesquisa sobre a China já em andamento, resolvi que deveria
também aprender idioma oficial da China, o Mandarim.
O Instituto Confúcio na Unesp me proporcionou a primeira ida à China
como aluna bolsista para participar do “Curso de Verão” sobre Língua e Cultura
chinesa, na Universidade de Hubei, em julho de 2012. No ano de 2013, estive
entre os cinco estudantes selecionados entre todos os campus da Unesp para
participar do Programa “Top China Santander” sobre gestão de recursos
naturais e sustentabilidade, na
Universidade de Pequim.
Ambas as experiências foram indescritíveis. Somaram-se ao todo quase
dois meses de estudos na China, logo, não seria capaz de descrever este país
milenar em todos os seus aspectos com base neste curto período de tempo em que
estive lá.
O que aprendi logo de início na China foi que, ao visitarmos um país
diferente, devemos estar com a mente aberta às novas experiências e às
realidades muito diferentes da nossa. Provar as comidas típicas locais,
conhecer a cultura e outros demais aspectos, sem pré-julgamentos e comparações
com outros países, lhe garantirá uma vivência mais plena e aguçada do local.
Para meu prazer, conheci Wuhan, Pequim e Shanghai, e pude perceber no
geral, quanto os chineses são receptivos, determinados e solícitos. Essa minha
percepção se deu principalmente quando conheci vários estudantes das
universidades em que estive presente. Fiquei admirada com a disposição destes
em nos dar informações tão completas e nos socorrer muito prontamente quando
precisamos. Também percebi que os conhecimentos tidos como “tradicionais” –
como por exemplo, a cultura milenar chinesa e a medicina e farmacologia
preventiva – são transmitidos de geração a geração e eles demonstram-se muito
orgulhos por isso.
Por mais que a China esteja em um processo muito rápido de
modernização de suas cidades – o que pude visualizar de imediato – os chineses
dão muito valor à sua história e, por mais que esta seja muito antiga, ela não
parece se dissipar. Acredito que a filosofia confucionista em grande medida
contribuiu para um “código de conduta social” que valoriza os ritos antigos, o
papel da família na sociedade e a harmonia entre os diferentes credos. Mas não
somente isso, a civilização chinesa é bastante complexa e pode-se levar muito
tempo para compreendê-la em sua essência.
Para quem for conhecer a China, ao se locomover nas grandes cidades,
use e abuse dos metrôs que são muito eficientes. Cuidado com os táxis ilegais.
Podem-se reconhecê-los quando não apresentarem aquela placa escrita “Táxi”
encima do veículo.
Recomendo que esteja atento ao seu comportamento. Os chineses não dão
beijos e abraços em desconhecidos. O velho aperto de mão é suficiente. Cuidado
também com as perguntas consideradas por eles muito invasivas e com as
tradicionais piadas. Os chineses se sentirão ofendidos, como eles dizem,
“perderão a face” e isso não é nada legal. Os mesmo se aplica aos compromissos.
Cumpra com o prometido e seja pontual. Eles são muito discretos e não irão
demonstrar que estão chateados, por isso, o respeito aos costumes locais é
fundamental.
Geralmente os pratos chineses são apimentados. É sempre bom perguntar
se há pimenta antes de comer. Sugiro que provem o “Pato de Pequim” e o
tradicional “jiaozi” de carne ou legumes. Uma delícia!
Ao visitar a China, recomendo que visitem as tradicionais arquiteturas
chinesas, sejam elas os Palácios, os Templos, as edificações residenciais
antigas ainda existentes, e procurem saber a história de cada um destes
lugares. Participem de alguns dos vários festivais chineses que procuram
reviver os costumes de seus antepassados, como o Festival do Barco Dragão, da
Primavera e a Festa do Ano Novo Chinês. São muito divertidos, bonitos e surpreendentes.
Apesar da grande quantidade de pessoas e da
poluição das grandes cidades, conhecer a China foi uma das experiências mais
ricas importantes que pude realizar. Recomendo veemente a visita e repito: vá
de mente e peito aberto!
Relato concedido por Thais Caroline Lacerda Mattos, mestranda em Ciências Sociais na Linha de Relações
Internacionais – Unesp campus Marília.
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